A importância da Sinagoga para os Judeus

     
A sinagoga tinha uma função bastante importante para os judeus nos dias de Jesus Cristo.  A sinagoga era o centro da educação religiosa e  de orientação espiritual para o povo.
Cafarnaum foi a cidade em que Cristo exerceu a maior parte do seu Ministério. Seu nome significa “cidade de Naum”.

      Cituava-se na margem ocidental do Mar da Galiléia (Mateus 4.13). Jesus foi criado em Nazaré, mas escolheu Cafarnaum para ser sua residência (Marcos 2.1), onde realizou grande parte de seus ensinamentos e milagres, como a cura da sogra de Pedro (Mateus 8.14); a cura do paralítico (Mateus 9.1) e o livramento do endemoninhado (Marcos 1.32).


      Cafarnaum contava com a sua própria sinagoga, onde Jesus realizava seus ensinamentos (João 6.59; Marcos 1.21).

      Apesar dos milagres realizados por Jesus nesta cidade, Cafarnaum mostrou-se uma cidade incrédula. 

      A condenação foi proferida contra ela por Jesus (Mateus 11.23) e o que se vê hoje são apenas ruínas perto de Betsaida e Tabga.



     Sinagoga é a palavra grega que significa trazer c0m, ou assembléia. Possuia forma retangular medindo aproximadamente 21 x 15 metros, com colunas em três lados e um balcão para mulheres (descrição de uma antiga sinagoga escavada em Cafarnaum). 

     Mas poderia haver diferença de uma sinagoga para outra. A exigência básica para a formação de uma sinagoga era que houvesse pelo menos dez homens,   independente  da quantidade de mulheres.

     A Sinagoga dos Libertos (Atos 6.9) era provavelmente constituída por ex-escravos romanos, mas também era formada de  grupos de pessoas que moravam fora do território de Israel. Muitas delas eram frequentadas por  gentios convertidos ao judaísmo.

      A arquitetura das primeiras sinagogas assemelhavam se entre si, ao estilo das das construções gregas e romanas. No entanto, a formação da congregação parecia mais com  as congregações dos israelitas do Antigo Testamento.
      As inscrições que têm sido encontradas pelos arqueólogos, nas sinagogas desenterradas, mostram que o propósito delas era a “leitura da Lei”, e que elas também poderiam serem usadas como albergues para os judeus em trânsito.

Origem da Sinagoga

      Provavelmente as sinagogas tiveram origem no primeiro cativeiro. Nabucodonosor, rei da Babilônia, reinou de 605-562 a.C. 

Em 605 ele invadiu a Palestina e levou consigo para a Babilônia certo número de reféns de Judá, dando início ao cativeiro do povo judeu, de setenta anos de duração. A destruição e o cativeiro de Judá ocorreu em três fases:



1- Em 605 a.C. o rei Joaquim foi aprisionado, posto a ferros e conduzido à Babilônia, com os oficiais da corte, Daniel e seus Três companheiros (Daniel 1.1-7; 2 Crônicas 36.6,7);

2- Em 597 a.C., Jerusalém foi novamente invadida, e desta vez, o rei Jeoaquim, junto com o restante dos tesouros do templo e 10.000 homens, entre eles o profeta Ezequiel;

3- Em 586 a.C. os babilônicos invadiram pela última vez Jerusalém, destruindo a cidade e o templo. O rei Zedequias com seus súditos foram deportados para a Babilônia, exceto os mais pobres (Jeremias 52.59).

A destruição das sinagogas e toda Jerusalém  aconteceu por volta do ano 70 d.C., sob a liderança do comandante romano Tito.

Centro de Sociedade

      Em qualquer lugarejo onde houvesse pelo menos dez homens adultos, havia uma sinagoga. Esta servia de escola comunitária, lugar de concílios locais religiosos e políticos e centro de adoração a Deus. Os anciãos lideravam essas congregações. 

      O líder principal era o chefe, responsável pela adoração. Juto ao chefe, havia um mestre, que dirigia semanalmente a escola. 


      Algumas vezes as sinagogas contavam com um interprete, que traduzia o hebraico antigo para o aramaico, que era o idioma do povo comum. Jesus tanto podia pregar em uma sinagoga, como também ser expulso dela, dependendo da disposição do chefe.


      O chefe da sinagoga era responsável em manter a ordem nos cultos e quaisquer reuniões. Era ele que  designava aquele que faria a leitura das Escrituras ou quem dirigia o grupo de oração. 

     Quando chegava um visitante a uma sinagoga, o chefe o convidava para dizer alguma coisa à congregação, como aconteceu em Antioquia da Pisídia (Atos  13.15). Quando Jesus ia de um lugar para outro, era convidado para pregar nas sinagogas (Lucas 4.14,15). Foi um desses chefes que certa vez fez objeção a que ele realizasse curas no sábado (Lucas 13.14).


      Na realização das tarefas da sinagoga, o chefe contava com o auxílio de um assistente. Ele era um funcionário da sinagoga e recebia salário. Ele era encarregado de retirar do baú os rolos que deveriam ser lidos, e guarda-los após a leitura. Na ocasião em que Jesus leu o livro de Isaías, assim que terminou a leitura, devolveu-o ao assistente (Lucas 4.20).

      Jesus utilizou-se das sinagogas em seu ministério de ensino  e era aceito como mestre nas regiões da Galiléia, mas posteriormente, infelizmente lhe fizeram oposição.

O Culto nas Sinagogas

      Devido ao pluralismo existente entre os judeus, é difícil definir com precisão uma ordem de culto que servisse como modelo. 

     Pluralismo Religioso designamos a filosofia que afirma que todas as religiões são iguais, boas, com os mesmos fins e que na essência possuem o mesmo sistema de crenças, levando por conseqüência ao mesmo fim.


      Para que possamos entender melhor o conceito do pluralismo religioso, precisamos distinguir alguns termos relacionados a tal estudo:

● O Pluralismo Religioso é a crença de que toda religião é verdadeira. Cada uma proporciona um encontro genuíno com o Supremo. Uma pode ser melhor que a outra, mas todas são adequadas.

● O Relativismo afirma que não há critérios pelos quais se possa saber qual religião é verdadeira ou melhor. Não há verdade objetiva na religião, e cada religião é verdadeira para quem acredita nela.

● O Inclusivismo afirma que uma religião é explicitamente verdadeira, enquanto todas as outras são implicitamente verdadeiras.

● O Exclusivismo é a crença de que apenas uma religião é verdadeira, e as outras que se opõem a ela são falsas.

 (fonte: Apologética e Teologia Reformada)
Contudo, certos procedimentos eram observados em todas as sinagogas, ou pelo menos na maioria.

Shema

      Trata-se de uma reafirmação da fé em Deus em que a congregação recitava um texto dos escritos de Moisés (Deuteronômio 6.4,5). O shema é o credo, a declaração básica de fé. O monoteísmo era a principal referência do judaísmo, o que os diferenciava dos grupos politeístas. As orações nesse culto, sempre eram seguida pelo “Amém”, geralmente proferido por toda congregação.
As Escrituras e o Sermão

      A leitura da Tora interira (Pentateuco) em hebraico sempre foi o ato central da adoração congregacional, tendo sido efetuada de várias maneiras através dos séculos, até os nossos dias.

      A Tora estava dividida em aproximadamente 155 seções, e era inteiramente lida durante um período de três anos, quando então se reiniciava o ciclo. 

Os judeus acreditavam que Deus escolhera revelar por escrito o propósito de sua vontade.


      Geralmente após a leitura, alguém fazia a explicação do texto. As vezes, convidava-se um jovem para dar a sua interpretação. Era comum convidar o visitante ilustre presente a falar nas reuniões.

Jejuns e Festividades

      No Antigo Testamento, as festas religiosas dos judeus seguiam o ano agrícola. Após a dispersão judaica, era impossível que todos retornassem a Jerusalém para as grandes festas. Por esta razão, muitas festas eram realizadas nas sinagogas da diáspora (dispersão). 

      As cerimônias antigas eram realizadas de forma doméstica, com o nome de “Pesah” (Páscoa), nos meses de março/abril. Nas sinagogas, as festas acontecem nos feriados do estado de Israel que são observados na atualidade, como o Dia da Independência de Israel, no mês de maio.


Administração

     Nas sinagogas eram exercidas também as funções escolares. A consequência disto foi a formação de um grupo de educadores profissionais, professores e administradores capazes de conduzir a atividade com resultado satisfatório.

 Com isso, foi necessário a formação de um corpo separados de encarregados financeiros.




Fonte:
  Manual dos Tempos e Costumes Biblicos
 Chanplin




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