ESCATOLOGIA - A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS
O nome “escatologia” (escathos - grego = últimas coisas e,
logos = estudo) baseia-se nas passagens das Escrituras que falam sobre “os
últimos dias”, se referindo aos momentos finais do presente ciclo histórico.
Isaías 2.2 – “Nos últimos dias o monte do templo do Senhor
será estabelecido como o principal; será elevado acima das colinas, e todas as
nações correrão para ele”. Alguns entendem que esta profecia se refere aos dias
finais do cativeiro babilônico, porém para outros, trata-se dos últimos da raça
humana na terra.
I Pedro 1.20 – “Conhecido, de fato, antes da criação do
mundo, porém revelado nestes últimos tempos em vosso favor”.
1 João 2.18 – “Filhinhos, esta é a hora derradeira e, assim
como ouvistes que o anticristo esta chegando, já agora muitos anticristos têm
surgido. Por isso, sabemos que esta é a
última hora”.
ALGUNS ASPECTOS HISTÓRICOS
O termo “escatologia” foi usado no começo de 1844, com um
sentido depreciador. Falar sobre o futuro era algo que não chama muito a
atenção. Haviam estudos sobre a parousia (advento, retorno de Cristo), mas nada
que fosse impolgante. Após a era apostólica houve interesse sobre o assunto.
Nos dias dos apóstolos, a igreja primitiva vivia na expectativa de que Cristo
voltaria a qualquer momento (2 Tess 2.1-3). Alguns teólogos acreditaram que as
predições bíblicas sobre o fim do mundo eram delírios dos cristãos primitivos.
Entre o século V e a reforma protestante (XVI), sob a
influência de Orígenes e Agostinho, houve uma crença geral na vida após a
morte, na volta do Senhor, na ressurreição dos mortos, no juízo final e no reino
da glória, mas com pouca ênfase sobre o modo de sua ocorrência.
Após a reforma, os pensamentos ficaram centralizados em
torno da salvação, e a escatologia era desenvolvida segundo este ponto de
vista. Muitos dos antigos teólogos reformados trataram da escatologia como um
adjunto da soteriologia, com foco na glorificação dos cristãos.
Os reformadores adotaram o que a Igreja Primitiva ensinava
a respeito do retorno de Cristo, da ressurreição, do juízo final e da vida eterna. Em sua oposição a Roma,
refletiu também o estado intermediário dos mortos e rejeitaram os diversos
dogmas desenvolvidos pela Igreja
Católica Romana.
No século XIX, surgiu grande interesse pelos estudos no
Novo Testamento associados aos últimos dias. Por volta de 1904, Albert
Schweitzer (teólogo e filósofo alemão) destacava que a escatologia deveria
ocupar uma posição central nos ensinos de Jesus, entendendo que seus
ensinamentos sobre os últimos dias cooperavam para a compreensão de sua vida e
suas doutrinas.
Em 1930, Charles Harold Dodds, estudioso do Novo Testamento
e influente teólogo em Wrexham (Reino Unido), idealizador da escatologia realizada,
ou seja, a crença de que as referências de Jesus ao reino de Deus significavam
uma realidade presente em vez de um futuro apocalipse, declarou após analisar o
Novo Testamento sobre o reino acessível, pelo qual todo cristão deve crer e
lutar.
John Arthur Robinson, que seguia a tradição de Dodds,
entendia que a “parousia” devia ser entendida não como eventos futuros literais,
mas como acontecendo, de maneira simbólica. O dia do julgamento seria um quadro
dramatizado e idealizado de todos os dias. Tais afirmações são simplesmente
contraditórias aos ensinamentos de Cristo sobre sua vinda e a consumação dos
séculos.
CONTEÚDO ESCATOLÓGIO
A escatologia pode ser entendida de duas maneiras: geral e
individual
De forma geral, a escatologia ensina que a história do
mundo e da raça humana chegará a um fim determinado. Segundo a Bíblia, este
tempo será marcado por uma grande crise envolvendo todo o mundo.
Quando os discípulos de Jesus lhe questionaram sobre os
eventos que antecederiam a sua volta, de forma geral , Ele revelou que o tempo
próximo do fim seria marcado por guerras, fomes, pestes, aumento da iniquidade
e o surgimento de falsos Cristos, o que identificaria os “últimos dias”.
A escatologia individual destaca as coisas referentes à
condição de cada pessoa, entre a morte e a ressurreição. A morte física, a
imortalidade da alma, o estado intermediário e o destino eterno, tanto dos que
serão salvos como os que serão condenados é observado de forma individual e
específica.
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