Povos de Canaã antes da Conquista dos Israelitas


HETEUS. Descendentes de Hete, filho de Canaã, filho de Cão (Cam), filho de Noé.

– Mulheres de Esaú eram Hetéias (Trouxeram amargura e tristeza à Isaque e Rebeca – Gn 26:34,35).

– Abrão os encontrou em Hebrom (Gn 23).

– Durante a peregrinação dos Hebreus, quando Moisés enviou os doze espias para o reconhecimento da terra que haviam de ocupar, os Heteus são citados entre outros povos presentes nas montanhas do sul da Palestina (Nm 13:29), também fizeram parte de uma aliança contra os Hebreus sob o comando de Josué a leste de Jerusalém (Js 9.1,2).

– Quando da volta do cativeiro, nos dias de Esdras, por volta de 450 a.C., os israelitas encontram os Heteus na Palestina e casam-se com suas filhas, cometendo abominação contra o Senhor (Ed 9:1,2).

AMORREUS. No tempo da conquista os Amorreus habitavam as regiões sul e leste de Jerusalém e a Transjordânia (Nm 13:30).

– Foi o povo que ofereceu mais resistência ao avanço dos israelitas na Terra Prometida, conforme o relato sobre a batalha de Gibeom, quando Josué pediu a Deus que o Sol e a Lua se detivessem (Js 10:4,5).

Os amorreus aparece alistado entre os filhos de Canaã, mas, em outras partes, este termo, sempre no singular no texto hebraico, é usado coletivamente para a tribo cananéia que descendeu do amorreu original. Eram, portanto, uma raça camita. — Gên 10:6, 15, 16; 1Cr 1:13, 14.

Por causa da sua iniquidade, foram designados a serem exterminados ,mas um grande número permaneciam na terra depois da conquista do povo judeu (Dt 20.17; Jz 1.35; 3.5; 6.10).

CANANEUS. Conforme a ordem divina, os Cananeus, como os demais povos da Terra Prometida, deveriam ser exterminados por causa de seus pecados (Dt 9:5). Eles foram habitantes nas terras de Canaã (Gn 13.7; Js 17.12; Jz 1.1,9).



GIRGASEUS. Segundo Gn 10:16, os Girgaseus eram camitas, também descendentes de Canaã. Foram citados várias vezes na Bíblia, e provavelmente ocuparam alguma área na margem ocidental do Jordão, ou a oeste de Jericó.



FERESEUS. No tempo de Abraão eles estavam entre os Cananeus na região de Betel (Gns 13:7).

– Nos dias de Jacó havia uma colônia deste povo nas proximidades de Siquém (Gn 34:30) e logo após a morte de Josué, travaram batalha com as tribos de Judá e de Simeão (Jz 1:1-5).

HEVEUS. Este povo de origem camita, descendentes de Canaã (Gn 10: 15-17), aparece no tempo de Jacó, próximo a Siquém, onde um Heveu violentou Diná, filha de Jacó (Gn 34).

– Aparece também uma comunidade em Gibeom, que escapou de ser exterminado por Josué através de um tratado de paz, que os tornou rachadores de lenha e tiradores de água para os israelitas (Js 9).

– Ocupavam uma área a oeste do monte Hermom (Js 11:3 e Jz 3:3).

JEBUSEU. Este povo habitava em Jerusalém.

– Resistiram aos ataques de Josué e de seus exércitos (Js 10:23,24).

– Somente mais tarde, em 993 a.C., quando Jerusalém foi proclamada capital do reino de Israel (2 Sm 5:6-9) é que os Jebuseus foram expulsos de seu lugar. No entanto, não foram exterminados, pois a área em que Salomão mais tarde edificou o templo, foi comprada por Davi de um Jebuseu chamado Araúna (2 Sm 24:18-25).

Porque será que DEUS “não queria” que a nação de Israel tivesse qualquer contato com os povos ao redor deles?



Em escavações em Gezer, arqueólogos (Palestine Exploration Fund), encontraram ruínas de um “lugar alto”, correspondente à época dos Cananeus (1500 a.C) que tinha sido um templo, no qual adoravam seu deus baal e sua deusa astorete.

Era uma superfície de 50 m por 40m, cercada de muro, sem cobertura, onde os habitantes celebravam suas festas religiosas. Dentro do muro havia 10 colunas de pedra bruta as quais se ofereciam sacrifícios.

Sob os detritos, neste lugar alto, os arqueólogos encontraram grande quantidade de jarros contendo os despojos de crianças recém-nascidas, que tinham sido sacrificadas.

Outra prática horrível era o que chamavam de sacrifícios dos alicerces era quando iam construir uma casa, sacrificava-se uma criança, cujo corpo era metido no alicerce, a fim de trazer felicidade para o resto da família.

Muito disso foi encontrado em Gezer e também em Megido, Jericó e outros lugares.

Outrossim, nesse lugar alto, debaixo do entulho, havia grandes quantidades de imagens e placas ornamentais, de asterote, exibindo, grosseiramente exagerados os órgãos sexuais, destinados à provocação de desejos sensuais.

Era assim, praticando a licenciosidade como rito, que os povos cananeus prestavam seu culto aos deuses, e também assassinando seus primogênitos, como sacrifício aos mesmos deuses.

Parece que em grande escala, a terra de Canaã tornou-se uma espécie de Sodoma e Gomorra de âmbito nacional.

Seria ainda assim de estranhar que DEUS ordenasse a Israel o extermínio dos cananeus?

Teria o direito de continuar a existir por mais tempo uma civilização de tão abominável imundície e brutalidade?

Temos aí um dos exemplos da história de como a ira de DEUS se revelou contra a perversidade de certas nações. Muitos arqueólogos que têm estudado e escavado as ruínas das cidades dos cananeus admiram-se de DEUS não os haver destruído há mais tempo.

O objetivo de DEUS em mandar exterminar os cananeus, além de ser o de castigá-los, foi preservar Israel da idolatria e das suas práticas vergonhosas. (Dt 7.1-5).

Desde a década de quarenta, a arqueologia tem possibilitado conhecer cada vez mais sobre os povos antigos do oriente, principalmente o povo cananeu e sua religião.

Descobertas arqueológicas mostraram centenas de placas de barros pertencentes ao templo de Ras Sharma.

Esses textos religiosos provam que a oposição contra a qual Moisés e os Israelitas tiveram que lutar não eram doutrinas de pequenos cultos de fertilidade presididos por insignificantes deuses e deusas, mas, pelo contrário, um dos mais elaborados sistemas religiosos do mundo antigo.

A religião dos cananeus já era bem difundida e já estava estabelecida na Palestina antes da conquista israelita. Era uma religião com ritos já bem elaborados e se identificava com os interesses de uma população agrícola.

Divindades Pagãs dos povos Cananeus


Baal.
 O supremo deus dos cananeus, correspondendo a Bei, Senhor, dos babilônios. O título por extenso, do Baal cananeu, era Baal-Semaim, isto é senhor do céu. Baalins (Jz 2:11) é a forma plural; cada lugar tinha seu próprio Baal.

Assim havia Baal-Hazor, Baal-Hermom, Baal-Peor, etc.Baal era o deus do sol, responsável pela germinação e crescimento da lavoura, o aumento dos rebanhos e a fecundidade das famílias.

Em tempos de seca e de peste, sacrificavam lhe vítimas humanas para apaziguar a sua ira, 2 Rs 16:3; 21:6; Jr 19:5.

Nesses holocaustos, a família geralmente oferecia o primogênito, a vítima sendo queimada viva.

Baal era a divindade masculina e Astarote a feminina entre os fenícios e os cananeus. A adoração a Baal, no tempo de Moisés, passara para os amonitas e os moabitas, Nm 22:41.

No tempo de Acabe e Jezabel, o culto a Baal permeou a maior parte da nação, l Rs 18:22;

Eram dois deus adorados pelos povos contemporâneos ao povo de Israel, ao Antigo Testamento, sobretudo pelos cananeus.

Baal, em hebraico, significa ‘senhor’, ‘patrão’ ou ‘marido’. Contudo, na maioria das vezes o vocábulo é usado na Bíblica como um nome próprio, em referência a uma divindade particular, ou seja, a Adad, o deus semítico ocidental do vento e da tempestade, o deus mais importante dos cananeus. Apesar dessa definição, no Antigo Testamento se usa muitas vezes o termo ‘baalim’, o plural de ‘baal’ (veja 1Reis 18,18). Isso prova que se distinguiam diversos deuses com o nome de Baal. De fato, em 1Reis 18, no Monte Carmelo, Baal é identificado provavelmente com o deus Melkart, deus da cidade de Tiro.
Através da Bíblia não sabemos muito sobre Baal. A única coisa evidente era que o culto a este deus ameaçava a fé do povo de Deus. Parece evidente, também, que o culto a YHWH foi muito influenciado pelo culto desse Deus. De fato YWHW é o Senhor (como Baal).
Para sabermos mais sobre Baal uma fonte importante são os textos de Ras Shamra (Ugarit). Através deles sabemos que uma das esposas de Baal era a deusa Astarte e outra era Asra. Baal era filho de Dagon. Nesses textos, Baal aparece como o deus da natureza. Alguns mitos descrevem a sua batalha contra a morte, a esterilidade e as inundações.
Muitas vezes Baal significa simplesmente divindade e não necessariamente um nome próprio. De fato encontramos, muitas vezes, um adjetivo que qualifica o substantivo: Baal-berith (senhor da aliança); Belzebu (senhor das moscas), etc.
Astarote
Quem você chama “astarote” é normalmente conhecida como Astarte, do grego. Em hebraico, transliterado, temos Ashtoreth (em ugarítico ‘Attart e em acádico As-tar-tu). Era adorada sobretudo na região do atual Líbano (Tiro, Sidão e Biblos), pelos cananeus (veja 1Reis 11,5), mas também em Malta, Sardenha, Sicília, Cipre e Egito. No mundo latino foi identificada com Vêneris; no Egito com Ísidis. Em época helenística foi identificada com Afrodite ou com a deusa Síria. Tinha como símbolos o leão, o cavalo, a esfinge e a pomba. Era a deusa da fertilidade, do amor e da guerra.
Aparece diversas vezes no Antigo Testamento e o vocábulo hebraico usado reconduz ao termo hebraico “vergonha”, mostrando o juízo negativo do povo hebraico em relação ao culto dessa deusa. Aparece também o uso plural, ‘asterot, que indica as várias divindades femininas estrangeiras, assim como ba‘alim, termo que sintetiza as divindades masculinas.
Apesar da condenação unânime contra o culto aos deuses pagãos, parece que os hebreus, logo depois da conquista da terra, adotaram o seu culto, abandonando a YHWH (Juízes 2,13; 10,6). Parece inclusive que no tempo de Samuel o seu culto fosse praticado de forma ampla (1Samuel 7,3seguintes; 12,10), tendo inclusive a aprovação do rei Salomão (1Reis 11,5; 2Reis 23,13). Quando o rei Saul foi morto pelos filisteus, as suas armas foram levadas ao seu templo (1Samuel 31,10).

Às vezes o nome de Astarte é substituito pelo de Aserá, outra divindade feminina do mesmo carácter (Juízes 3,7; 2Reis 23,4).

Quanto ao culto desses deuses, não existe uma descrição especial das ações prestadas. Provavelmente muitos sacrifícios que eram dedicados a eles passaram a ser dedicados a YHWH, como as ofertas de frutas, os primogênitos dos animais e também os holocaustos.

Neustã.

 Era Neustã aquela serpente de bronze que Deus mandara forjar em pleno Sinai a fim de que todos os mordidos pelas víboras ardentes olhassem para ela, e fossem de imediato curados. Infelizmente, conforme veremos a seguir, o que no passado fora bênção, no futuro far-se-ia maldição e tropeço. O veneno de Neustã ainda pode ser fatal.

“Não é difícil para o povo de Deus forjar ídolos das boas coisas que já deixaram de ser úteis”.

A corajosa atitude de Ezequias que, ungido rei, ordenou que fossem destruídos todos os ídolos que havia em Judá, inclusive Neustã.



A Serpente de Bronze. Como Israel murmurasse contra Deus e se revoltasse contra Moisés em conseqüência das agruras do deserto, o Senhor espalhou, por todo o arraial hebreu, serpentes abrasadoras que começaram a picar os israelitas.

- Já à beira da morte, recorreram a Moisés que, após interceder pelos murmuradores, recebeu de DEUS a seguinte instrução: “Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo mordido que olhar para ela” (Nm 21.8).

“E Moisés fez uma serpente de metal e pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava para a serpente de metal e ficava vivo” (Nm 21.9).

Senhor Jesus tomaria este episódio como símbolo de sua morte: “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.14-16).


De símbolo sagrado a objeto de idolatria

- Os israelitas conservaram a serpente de bronze por mais de 700 anos. Nesse período, o símbolo fez-se ídolo, o ídolo tomou o lugar de Deus e acabou por induzir Israel à apostasia. A serpente, agora, era idolatrada como a deusa Neustã ( ídolo de bronze ).

- Houve um homem, entretanto, que se dispôs a desafiar a tradição, e a restabelecer o culto a DEUS.

Ezequias foi considerado o melhor rei de Judá de todos os tempos (2 Rs 18.5). Tão logo assumiu o trono “tirou os altos, e quebrou as estátuas, e deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera, porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã” ( ídolo de bronze ). (2 Rs 18.4).

. A classe sacerdotal tinha a serpente como um objeto sagrado; os príncipes olhavam-na como relíquia de um glorioso passado; e o povo, em sua ignorância, devotava-lhe singular estima, pois nela todos viam uma divindade. Porém ezequias era um homem de Deus. E sabia muito bem que nada poderia estar acima do Deus de Abraão, Isaque e Jacó.


Moloque
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 Na tradição bíblica, é o nome do deus ao qual os amonitas, uma etnia de Canaã (povos presentes na península arábica e na região do Oriente Médio), sacrificava seus recém-nascidos, jogando-os em uma fogueira. 

Segundo as escrituras os povos amorreus por volta de 1900 a.C. adoravam a Moloque. Há quem diga que nos rituais de adoração havia atos sexuais e sacrifícios de crianças. Estas eram jogadas em uma cavidade da estátua de Moloque, onde havia fogo consumindo assim a criança viva. Ele era, ao mesmo tempo, um fogo purificador, destruidor e consumidor. A aparência de Moloque era de corpo humano com a cabeça de boi ou leão, no seu ventre havia uma cavidade em que o fogo era aceso para consumir sacrifícios. Muitos povos adoravam a Moloque porém com o fortalecimento do povo Hebreu e de outros reinos, estes povos foram desaparecendo, deixando o costume de adoração a Moloque.

O deus nacional dos amonitas cananeus era Moloque (I Rs 11:7). Os cananeus tinham como prática religiosa comum o sacrifício de crianças imoladas em chamas (Ez 16: 20-21). Dois reis de Judá, Acaz e Manassés, abandonaram a adoração do verdadeiro Deus de Israel e sacrificaram seus próprios filhos a Moloque (2 Rs 16:3; 21:6) Seus sacerdotes eram sodomitas e as sacerdotisas prostitutas. Existiam outros deuses cananeus e o culto a eles consistia em orgias.

A religião cananéia era grosseiramente sexual e perversa. Requeria no culto o serviço de homens e mulheres prostitutos, disponíveis como sacerdotes. A pessoa para adorar a Baal tinha que copular com um ou vários desses sacerdotes.

Pelas ordens de Deus dadas ao povo hebreu através de Moisés, era proibido, expressamente, a adoração a Moloque, bem como também o sacrifício de crianças a ele, sendo este severamente punido (Lv 20,2-5).



Moloque era conhecido também com Malcã. Os gregos antigos identificaram este deus cananeu, adorado pelos cartagineses com sacrifícios de bebês, com Cronos.

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